A UEFA negou o pedido do conselho municipal de Munique para que sede da Eurocopa 2021 Allianz Arena, na cidade bávara, ficasse iluminada nas cores do arco-íris para o duelo entre Alemanha e Hungria, que fecha o Grupo F da Eurocopa, que será disputado nesta quarta-feira (23), a partir das 16h (horário de Brasília).
O pedido para a Eurocopa 2021 foi feito após o parlamento húngaro passar uma lei anti-LGBTQI na última semana. A legislação foi duramente criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, uma vez que bane conteúdos que “promovem homossexualidade e mudança de gênero” em escolas. A ideia de iluminar a Allianz Arena nas cores do arco-íris era para “dar um sinal visível e importante de solidariedade para a comunidade LGBTQI na Hungria, que sofrem sob a legislação governamental homofóbica e transfóbica.”
Em comunicado, a UEFA reconheceu a sensibilidade do tema e a dificuldade em acabar com a discriminação no futebol. “Racismo, homofobia, machismo e todas as formas de discriminação são uma mancha em nossas sociedades, e representam um dos maiores problemas enfrentados pelo jogo hoje”, disse a entidade que rege o futebol europeu.
Porém, por considerar-se neutra e observar que o pedido bávaro tratava-se de uma resposta à legislação húngara, a entidade optou por esquivar-se de maiores polêmicas, mas se posicionou oficialmente em sua conta do Twitter:
— UEFA (@UEFA) June 23, 2021
“O comportamento discriminatório estraga as partidas e, fora do estádio, o discurso na internet sobre o esporte que amamos. Porém, a UEFA, através de seus estatutos, é uma organização neutra política e religiosamente. Dado o contexto político deste requerimento específico – uma mensagem que tem como alvo uma decisão do parlamento nacional húngaro – a UEFA deve negar esse requerimento”, completou o comunicado.
Na mesma nota, a entidade afirma que propôs à Munique, uma das sedes da Eurocopa 2021, que ilumine o estádio em 28 de junho, que marca o Dia da Liberação da Rua Christopher, ou entre 3 de julho e 9 de julho, que é a semana do Dia da Rua Christopher em Munique. A data reconhece as revoltas de 1969 de Stonewall e a marcha na cidade de Nova York que aconteceram um ano depois, que é considerada a primeira parada do orgulho gay.
Péter Szijjártó, ministro do comércio e assuntos internacionais da Hungria, afirmou que “o senso comum prevaleceu entre os executivos do futebol europeu.”
Já o prefeito de Munique, Dieter Reiter, disse que é “vergonhoso que a UEFA nos proíba de mandar um sinal de cosmopolitismo, tolerância, respeito e solidariedade com a comunidade LGBTQI+ aqui em Munique”.
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